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ter, 29, abril ,2025
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Amazônia: de “pulmão do mundo” a emissora de CO2, a gravidade das queimadas

Queimadas na Amazônia atingem níveis críticos e intensificam crise climática global

Aumento das queimadas na Amazônia em 2024 expõe falhas na política ambiental e agrava crise climática

O aumento dos incêndios florestais na Amazônia em 2024 representa um dos sinais mais alarmantes da crise ambiental enfrentada pelo Brasil. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que os focos de incêndio em setembro deste ano superaram significativamente os números do mesmo período de 2023. A intensa seca que atinge a região é apontada como uma das principais causas dessa escalada.

Entre junho e agosto de 2024, as queimadas emitiram 31 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), volume semelhante ao que países como o Reino Unido emitem mensalmente. Além do CO2, gases de efeito estufa como metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) foram liberados, exacerbando o aquecimento global e o desequilíbrio climático.

As queimadas têm impactos diretos na saúde humana. Estados como Rondônia, Acre e Mato Grosso registram crises de qualidade do ar, afetando a população com doenças respiratórias. A fumaça também compromete atividades econômicas e coloca em risco a biodiversidade da floresta.

O ponto de não retorno

Estudos recentes mostram que a Amazônia, antes chamada de “pulmão do mundo”, está cada vez mais próxima de se tornar uma fonte emissora de CO2. A floresta, que absorvia grandes quantidades de carbono, agora emite mais do que consegue absorver, especialmente em áreas devastadas. Especialistas alertam que a Amazônia pode alcançar um ponto de “não retorno”, em que perderá sua capacidade de regeneração.

Essa transição de sumidouro de carbono para fonte de emissões agrava as mudanças climáticas globais e impacta o ciclo hidrológico da região. O Rio Madeira, um dos principais afluentes do Amazonas, atingiu seu menor nível histórico em Rondônia, o que prejudica o transporte de mercadorias, a geração de energia e o abastecimento de água, além de ameaçar a fauna aquática.

As medidas do governo

Em resposta à emergência ambiental, o governo federal editou uma Medida Provisória (MP) para intensificar o combate aos incêndios florestais. A MP prevê o uso de forças de segurança pública, como o Exército e a Força Nacional, além de mais recursos financeiros para combater o desmatamento e as queimadas ilegais.

A ação do governo busca também responder às pressões internacionais para que o Brasil cumpra suas metas de preservação ambiental no âmbito do Acordo de Paris. Entretanto, críticos consideram a medida insuficiente e pedem o fortalecimento permanente das instituições ambientais, com mais autonomia e rigor na fiscalização.

Os debates e críticas

Especialistas e parlamentares apontam que ações pontuais, como o uso temporário de forças de segurança, não resolverão o problema no longo prazo. O deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP) criticou a resposta do governo, classificando-a como “tímida” em comparação à gestão anterior.

Enquanto isso, as queimadas continuam devastando a maior floresta tropical do mundo, lançando incertezas sobre o futuro climático do Brasil e do planeta.

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