Nova ferramenta auxiliará na localização de animais silvestres durante incêndios florestais e outras emergências
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apresentou, neste mês de setembro, uma nova ferramenta tecnológica voltada para o resgate de animais silvestres durante emergências ambientais. O Aplicativo para Gestão de Emergências de Fauna (AGF) foi desenvolvido pelo Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais (Cenima), em parceria com a Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas (DBFlo) do Instituto, com o objetivo de melhorar o monitoramento e proteção da fauna. O AGF permite a organização da coleta de dados de diferentes espécies e facilita a identificação dos animais por meio de fotos e outras funcionalidades.
O aplicativo já está em operação no Pantanal, um bioma estratégico para a preservação da fauna, e possibilita o compartilhamento de informações em tempo real, como o registro de avistamentos e a realização de resgates de animais em situação de risco. Segundo Watila Portela Machado, analista ambiental do Cenima e desenvolvedor do aplicativo, “a ferramenta é de grande valor para reforçar as ações de resposta às emergências ambientais, contribuindo de forma decisiva para a preservação da biodiversidade do Pantanal, além de sistematizar as informações sobre os animais afetados.”
Testes e apresentação do AGF
A apresentação do AGF ocorreu em dois eventos realizados nas superintendências do Ibama em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, nos dias 11 e 18 de setembro. Nessas ocasiões, representantes de vários setores, incluindo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) e organizações não governamentais como a Associação Matogrossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara) e o Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap), participaram dos testes e demonstrações do aplicativo.
Durante os eventos, os participantes puderam observar como o aplicativo registra com precisão a localização de avistamentos e resgates, garantindo que a assistência seja prestada no local correto. Além disso, a ferramenta permite uma rápida avaliação da condição dos animais e o registro do destino dos mesmos, seja para abrigos, hospitais veterinários, centros de triagem ou para a soltura em seus habitats naturais. Watila destacou que “essa tecnologia permite maior eficiência nas operações, oferecendo informações em tempo real que agilizam o resgate e a assistência aos animais”.
Um banco de dados para o futuro
Gracicleide Braga, Coordenadora-Geral de Gestão, Uso Sustentável e Monitoramento da Biodiversidade Aquática de Fauna, ressaltou a importância do AGF para o futuro das ações de preservação. “O aplicativo não apenas auxilia nas operações atuais, mas também cria uma base de dados crucial para o planejamento de futuras respostas a emergências ambientais, especialmente em eventos climáticos extremos”, afirmou. Além disso, Gracicleide destacou o papel do AGF na centralização de informações e na integração de esforços entre diferentes órgãos e voluntários, fortalecendo a cooperação em um momento em que a tecnologia se torna cada vez mais indispensável.
Outro ponto forte do aplicativo é sua capacidade de operar mesmo em áreas com baixa conectividade, o que é essencial em regiões remotas como o Pantanal. Os dados coletados são sincronizados automaticamente assim que a conexão à internet é restabelecida, permitindo que o registro de avistamentos e resgates ocorra de forma rápida e eficiente.
Facilidade e agilidade nas operações de resgate
Com uma interface simples e intuitiva, o AGF foi desenvolvido pensando nas equipes que atuam diretamente nas áreas afetadas. A ferramenta facilita a identificação das espécies e possibilita a inclusão de fotos e a marcação precisa dos locais de resgate. Isso garante que os animais recebam assistência adequada, seja para transporte a abrigos especializados ou para sua soltura no ambiente natural.
Além disso, o aplicativo permite que as equipes de resgate do Ibama registrem demandas por suprimentos, equipamentos e recursos humanos, o que melhora significativamente a logística das operações. Isso torna a resposta às emergências mais coordenada e eficiente, algo essencial em situações de crise, como as enfrentadas no Pantanal nos últimos anos.
Com o lançamento do AGF, o Ibama demonstra que a inovação tecnológica pode ser uma grande aliada na proteção da biodiversidade, especialmente em momentos críticos, como os incêndios florestais que têm devastado o Pantanal. A iniciativa é um importante passo no esforço contínuo de preservação de um dos ecossistemas mais ricos e ameaçados do Brasil.
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Créditos: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis