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Naturatins entrega licenças para coleta e manejo do capim-dourado durante Festa da Colheita

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O licenciamento é essencial para garantir manejo sustentável e cumprimento das normas ambientais

Foto: Walker Ribeiro/Governo do Tocantins

Neste sábado, 14, durante a tradicional Festa da Colheita do Capim-Dourado, realizada na Comunidade Quilombola Mumbuca, o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) entregou 52 licenças de autorização para a coleta, manejo e transporte da espécie. O documento, fundamental para garantir o manejo sustentável e assegurar a conformidade com as normas ambientais, foi entregue a artesãos e extrativistas das comunidades quilombolas e associações locais.

As licenças beneficiam membros da Comunidade Quilombola Mumbuca, da Associação das Comunidades Quilombolas das Margens do Rio Novo, Rio Preto e Riachão (Ascolombolas Rios), além da Associação Comunitária dos Artesãos e Pequenos Produtores de Mateiros. Licenças adicionais serão entregues posteriormente pelo Naturatins, conforme o presidente do instituto, coronel Edvan de Jesus Silva.

Valorização cultural e preservação

Durante a cerimônia, o presidente do Naturatins ressaltou a importância da entrega das licenças para as comunidades. “Não estamos apenas entregando documentos, mas reconhecendo o valor da tradição e cultura dessas comunidades. O capim-dourado é mais que uma matéria-prima; ele carrega a identidade quilombola. Garantir a regularização dessa atividade é preservar um legado histórico que atravessa gerações”, afirmou Edvan. Ele destacou ainda o compromisso do instituto com o desenvolvimento sustentável e a proteção das tradições locais.

Para Silvanete Tavares, presidente da Associação de Artesãos e Extrativistas do Povoado Mumbuca, a entrega das licenças representa uma conquista significativa para a comunidade. “Esse momento é o resultado de muito esforço e dedicação. O capim-dourado faz parte da nossa história, e essa regularização nos dá a tranquilidade de trabalhar de forma segura e legal, garantindo o sustento das nossas famílias e preservando nossa cultura”, declarou.

O artesão Odir Ribeiro da Silva, também da Comunidade Mumbuca, expressou sua satisfação em participar da entrega. “Com a licença, temos a segurança de que o nosso trabalho está dentro da legalidade. Isso nos dá tranquilidade e a oportunidade de crescer e fortalecer nossa economia local, sempre respeitando a natureza e mantendo viva nossa tradição”, afirmou com emoção.

Licenciamento ambiental e sustentabilidade

O documento emitido pelo Naturatins permite que artesãos, extrativistas, agricultores familiares e produtores rurais realizem a coleta e manejo do capim-dourado e buriti, conforme a Lei n° 3.594/2019, que regulamenta a Política Estadual de Uso Sustentável dessas espécies. A licença garante o uso de técnicas de manejo sustentável, protegendo as veredas e campos úmidos onde o capim-dourado é encontrado, além de contribuir para o desenvolvimento socioeconômico das comunidades.

Além disso, o licenciamento permite que o Naturatins atue na fiscalização contra práticas ilegais, como a biopirataria, promovendo o uso responsável e preservação da biodiversidade.

Desfile celebra a tradição e beleza do capim-dourado

A noite de sábado também foi marcada por um desfile que uniu gerações da Comunidade Quilombola Mumbuca em torno do capim-dourado. Crianças, adolescentes e adultos desfilaram peças de artesanato confeccionadas com a planta, destacando a beleza e a tradição cultural da região. O desfile faz parte da programação anual da Festa da Colheita, organizada pela Associação de Artesãos e Extrativistas da Comunidade Mumbuca.

O presidente do Naturatins, Edvan de Jesus Silva, também destacou a importância do evento. “É uma emoção ver o talento das artesãs e a beleza das peças confeccionadas com tanto cuidado. Esse desfile simboliza a identidade das comunidades quilombolas do Jalapão, e estamos comprometidos em preservar essa herança para as futuras gerações”, afirmou.

Noemi Ribeiro da Silva, conhecida como Doutora, filha da matriarca Dona Miúda e líder comunitária, desfilou orgulhosamente com peças de capim-dourado, reforçando a importância de preservar a cultura da comunidade. “Desfilar com as peças de capim-dourado é carregar a história e a alma da nossa comunidade. Cada peça representa a força e a resistência do nosso povo”, declarou emocionada.

O desfile de encerramento contou com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), que apresentou a coleção Ouro do Cerrado, assinada pelo estilista Luiz Fernando Carvalho e produzida pelas artesãs da comunidade Mumbuca. As peças misturam tradição e sofisticação, reforçando o valor do capim-dourado na cultura tocantinense.

A jovem Taiza Pereira também comemorou a realização de seu sonho ao idealizar uma coleção de vestidos de capim-dourado. “Esse momento é muito especial. Sempre sonhei com isso e, junto com minhas amigas, desenvolvemos uma coleção de cinco vestidos, buscando atrair mais pessoas para a Festa da Colheita e trazer visibilidade ao evento”, explicou.

Foto: Andréa Marques/Governo do Tocantins

O evento, além de valorizar o artesanato local, reafirma o compromisso das comunidades quilombolas com a preservação ambiental e cultural, mostrando a importância do capim-dourado para a identidade e economia da região.

Créditos: Governo do Tocantins

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