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Queimadas destruíram área de vegetação nativa equivalente ao estado de Roraima no Brasil

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Foto: Jader Souza/AL Roraima

Levantamento revela aumento de 150% nos focos de incêndio no Brasil entre janeiro e setembro, comparado ao ano anterior

Em 2024, a cada novo relatório divulgado pelo MapBiomas, ficou mais evidente para o brasileiro o impacto devastador das mudanças climáticas. Os dados mostraram como fenômenos climáticos antes comuns estão se tornando extremos, como no caso da seca que afeta grande parte do país.

Além de exacerbar eventos naturais, o aquecimento global também intensifica a destruição causada pelas atividades humanas. A exploração desenfreada de combustíveis fósseis, a poluição dos rios e oceanos, e o desmatamento em prol da produção agrícola em larga escala têm acelerado esse processo. Um exemplo claro disso é o aumento alarmante das queimadas: até setembro de 2024, o Brasil registrou 150% mais focos de fogo em comparação ao mesmo período de 2023. Somando todas as áreas atingidas, o país perdeu o equivalente à área de um estado de Roraima em vegetação nativa, com um total de 22,38 milhões de hectares destruídos, grande parte deles na Amazônia.

A Amazônia, que deveria ser um santuário global de biodiversidade, continua sendo devastada, apesar dos esforços governamentais para preservá-la. A floresta, um bioma que leva mais de 40 anos para se regenerar, foi a mais afetada pelas queimadas. O Brasil vive uma verdadeira crise ambiental.

Os estados mais atingidos foram Mato Grosso, Pará e Tocantins, responsáveis por 56% das áreas queimadas. Mato Grosso lidera com 5,5 milhões de hectares destruídos, seguido pelo Pará, com 4,6 milhões, e Tocantins, com 2,6 milhões. Corumbá, no Mato Grosso, Xingu, no Pará, e São Félix, no Tocantins, foram os municípios mais impactados.

O Cerrado também foi duramente afetado, registrando a maior área queimada em setembro nos últimos cinco anos. Com 4,3 milhões de hectares destruídos, o bioma teve um aumento de 117% nas queimadas em relação ao mesmo período de 2023. A vegetação nativa, especialmente as formações savânicas e campos alagados, foi a mais afetada.

No Pantanal, outro bioma crucial, 92% da vegetação nativa queimada em 2024 foi destruída apenas em setembro, totalizando 1,5 milhão de hectares ao longo do ano. Já na Mata Atlântica, dos 896 mil hectares queimados, a maior parte estava em áreas agropecuárias, sendo a cana-de-açúcar a cultura mais impactada, com 72 mil hectares destruídos.

Esses dados escancaram a tragédia ambiental que o Brasil enfrenta, refletindo a urgência de ações mais eficazes para frear a destruição dos seus biomas.

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